sábado, 8 de fevereiro de 2014

Quinto elemento

 Era mais um treino longo, de um sábado qualquer que antecede ao Ironman Brasil, prova de triathlon que acontecerá em maio próximo, com 3.8km de natação, 180 km de ciclismo e 42.2 de corrida. Saímos de Maceió em quatro atletas, chovia um pouco, o sol ainda não dava sinais de que iria brilhar, mas chegamos sem sustos a AL101 Sul e encontramos outros amigos em treinamento e que enchiam o acostamento da rodovia, após 100 km resolvemos retornar a Maceió, pois já eram quase 8 da manhã e o treino estava chegando ao fim. Como éramos um pequeno pelotão de quatro atletas Fabrizio, Falcão, Josemar e por ultimo eu, após a ponte que divide o município de Marechal Deodoro com Maceió o pelotão foi desfeito e nos afastamos um dos outros, quando logo na primeira curva após a ponte notei que seria "trancado" por um caminhão carregado de açúcar, porém, para minha "sorte", algo ou alguém me fez criar forças para saltar da bicicleta em direção a parte de fora do acostamento, este era meu ultimo recurso! Não sei de onde tirei forças, pois, após 110 quilômetros de pedal, há um certo relaxamento com os fatores externos e distrações podem acontecer, fiz tanta força para me livrar da bicicleta que lesionei minha panturrilha no salto, deixando a bicicleta quase na linha de acostamento, bicicleta que em questão de milésimos de segundo virou um entulho de carbono sem utilidade alguma, totalmente quebrada após o pneu traseiro do caminhão ter passado sobre ela. Bom, não sei o nome que se dá a isso, mas acredito ter sido algo muito forte e que salvou a minha vida!!! Meio atordoado, percebi que o caminhão havia passado por cima de alguma coisa, ainda não sabia de que...notei que estava com braços, pernas e tronco sem ferimentos e logo me veio a sensação de alívio e agradecimento ao Pai Celeste e a todos que neste ou em outro mundo torcem pela minha saúde física e mental. Confesso que o risco de ciclistas nas estradas brasileiras não é baixo, nosso amigo Álvaro Vasconcelos é um exemplo disso, perdeu a vida após descer a mesma ponte, só que no sentido contrário. Não gosto de falar estas coisas em vão, mas não seria exagero em dizer que um quinto ciclista me empurrou da bicicleta. Quinto ciclista? Sim! Quem seria ? Não sei...mas foi alguém que estava tão veloz quanto nos quatro e tão forte que me jogou para fora das estatísticas de óbito nas violentas estradas deste País. Apesar do acontecido, continuo disposto a encarar o sonho de realizar o ironman, pois sobreviver sem grave lesão ou trauma me dá mais força de vontade em superar a ultima distância que ainda não percorri no triathlon. Vamos que vamos!!! Fé em Deus e pé na tábua!!! 




Um comentário:

  1. Peço a Deus todos os dias que protejam vocês desses malucos no volante.

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